Além da semelhança física, o cantor carrega no sangue o amor pela música, herdado de seu pai famoso
Vinicius de Paula, o ViniGram, não teve como fugir de sua herança. Ele conta que até tentou seguir por outros caminhos, mas o amor pela música falou mais alto e agora ele se lança em carreira solo. “Com o tempo a gente vai vendo, realmente, que não dá pra fugir disso. Eu, por muito tempo, tentei fugir e seguir outros caminhos, mas no fim das contas a música está em mim. Não tem como a gente deixar isso ir embora”, conta Vini.
O cantor, de 28 anos, começou sua carreira profissional quando tinha 17. Junto com os seus irmãos montou o grupo “Os de Paula”, durante uma reunião familiar regada a muito pagode. O nome foi escolhido por uma recordação de infância. “A gente já tinha feito uma única apresentação quando éramos crianças, na gravação do DVD do meu pai. E nesse show, ele nos apresentou como Os de Paula”.
Os irmãos, então, gravaram um CD e a música de trabalho “Que Mina é Essa”, estourou nas rádios. O fato fez com que Vini passasse a enxergar a música como uma profissão, e não só, como um passatempo. Depois de alguns anos integrando o grupo, Vini decide sair da banda, muda de São Paulo para Fortaleza, capital do Ceará, onde a família tem um canal de TV e passa a administrar a emissora e a apresentar um programa, além de montar uma produtora. Mas sempre com a música em paralelo, sendo cantando em rodas de samba ou produzindo e editando clipes musicais de outros artistas.
Relação de pai e filho, de ídolo e fã
ViniGram tem seu pai, Netinho de Paula, como uma referência de vida. O que para outros pode parecer um peso, para Vini, ser filho de um dos maiores representantes do samba e pagode é algo engrandecedor.
“Eu consigo aprender com os erros dele. Quando estou indo por algum caminho que pode não dar certo, ele já sabe o que me aconselhar. Ser filho dele é uma honra. É alguém que tem nome, que fez e faz pela música”, diz o músico que só vê um único problema nessa relação: “quando ele vai aos meus ensaios, atrapalha, porque ele pega no meu pé o tempo inteiro, mas a gente vai acostumando”, conta em meio a risadas.
Além do pai, ViniGram tem como ídolos, Marquinhos Sensação e Belo, carinhosamente chamados de tios por ele, pois são amigos da família e frequentam sua casa há muito tempo. Vini ressalta que sonha em gravar alguma coisa, juntos, futuramente. Da nova geração, Thiaguinho integra a lista.
Mudança para o Japão e a volta aos palcos
ViniGram é casado com a Fabiana Claudino, capitã da seleção brasileira de volêi. No ano passado, Fabiana foi contratada por um time japonês. “Ela recebeu essa proposta, só que era no Japão, né? Antes ela estava jogando em Uberlândia, Minas Gerais. Aos finais de semana a gente conseguia estar juntos, sem problemas. Só que para ir ao Japão são 36 horas de vôo com um fuso de 12 horas. Um encontro aos fins de semana, seria impossível, até porque eu também tinha a minha rotina de trabalho “, conta Vini. Diante disso, o casal resolveu mudar para o Japão no mês de outubro, quando começou a temporada de jogos. Fabiana foi primeiro, Vini foi depois e os seus negócios profissionais continuaram sendo tocados, no Brasil, pelo parceiro de trabalho.
Chegando ao país, Vini se surpreendeu em como os japoneses gostam da cultura brasileira e como valorizam os artistas. O técnico do time de Fabiana, sabendo da carreira artística de ViniGram, o convidou para cantar no jogo especial de Natal, que fariam num ginásio. A ideia era cantar duas músicas para um público de 5 mil pessoas. Apesar do receio, das dificuldades do idioma, Vini aceitou o convite. “Na minha cabeça eu pensava ‘tô no Japão, é um outro país, é uma outra cultura’, obviamente eu vou ter que cantar uma música em inglês, que já não entendem bem, mas também não falam nada em português. E eu nunca tinha me apresentado sozinho, sem os meus irmãos ou sem o meu pai. Então, pra mim foi um desafio muito grande, mas eu topei”.
Vini cantou duas músicas, uma de Stevie Wonder e “This Christmas”, de Chris Brown. “O público aplaudiu, estava sendo televisionado, tudo fluiu. E eu que sempre tive receio de não conseguir fazer as coisas sozinho, consegui! Me apresentei e foi muito legal”, vibra o cantor. Depois desse show, ViniGram recebeu o convite de um músico, erradicado no Japão para fazer uma turnê, mas ele já estava de viagem marcada de volta ao Brasil e pensou em não aceitar ao convite. “Eu ainda estava morrendo de medo de fazer apresentação lá, mas a oportunidade surgiu, eu já estava com vontade de voltar aos palcos. Conversei com a minha esposa, que sempre me apoiou, me incentivou e acabei fazendo quatro shows por lá. Em um dos shows, me surpreendi com um rapaz, sentado bem na frente. Cantei ‘Jeito de Seduzir’, um dos primeiros sucessos do meu pai, que até eu erro a letra. e o rapaz cantou a música inteira. Achei que era brasileiro, mas quando fui agradecê-lo pela presença, ele não entendia nada do que eu falava. Era japonês e sabia cantar a nossa música. Isso é paixão pela nossa cultura”.
Depois dessa experiência e de volta ao Brasil, Vini retorna aos palcos de vez, agora em carreira solo. O lançamento do seu primeiro trabalho estava previsto para março deste ano, mas em decorrência da quarentena estipulada para tentar reduzir o avanço do novo coronavírus, ViniGram está lançando cada uma das cinco faixas do EP “Representando o Meu Sonho na Face da Terra”, pelas redes sociais. O nome do EP é uma homenagem ao rapper Emicida, de quem Vini é fã. “Escolhi esse nome tirando uma frase da música ‘Levanta e Anda’, onde ele fala sobre sonhos. Resolvi marcar a minha vida com essa frase”. Acabando a quarentena, ViniGram promete aos fãs uma turnê de lançamento.
Nome: Vinicius Marques de Paula
Nome artístico: ViniGram
Idade: 28 anos
Signo: Touro
Estado Civil: Casado
Escola de Samba do coração: Camisa Verde e Branco
Bebida preferida: Cerveja
Comida preferida: Feijoada
Perfume: Calvin Klein
Música: Ela Partiu, do Tim Maia
Viagem Inesquecível: Itália
Sonho: Um Grammy