Antônio Carlos Borges (Ká), presidente da Colorado do Brás

Há cinco anos na gestão da escola, ele é ‘mão na massa’, já produziu fantasias e trabalha intensamente, a cada carnaval, para oferecer o melhor desfile para todos

Ká - Presidente Colorado do Brás
Foto: JoBelli | Reprodução Facebook

Ele desfilou na ala das crianças, já foi ritmista, mestre-sala mirim, harmonia e, hoje, está à frente da Colorado do Brás, escola fundada em 1975. Antônio Carlos Borges, o Ká, na presidência da agremiação, desde 2015, tem muita vontade de ver a escola entre as cinco e por isso não mede esforços, quando o assunto é ‘colocar a mão na massa’. Muito atuante e participativo, ele faz questão de acompanhar tudo de perto. 

A relação de Ká com a escola vem desde a infância, quando tinha seis anos de idade. Ele não é do bairro do Parí, mas se mudou para lá bem pequeno e, desde então, a Colorado do Brás está em sua vida e, como ele mesmo disse, “passei por praticamente todos os departamentos e nunca mais parei!”. A família também foi presente na agremiação, na época da fundação. Sua mãe foi da ala das baianas e uma tia, primeira porta-bandeira da escola. 

O presidente concilia as atividades da escola com seu trabalho noturno. segundo ele, a rotina não é conflitante ou prejudicial em momento algum. “Eu trabalho durante a madrugada e, quando saio, no período da manhã, fico à disposição da escola. Depois, um mês antes do desfile, período de correria intensa para colocarmos o carnaval na avenida, eu saio de férias”, conta. 

Desde sua chegada à presidência, ele destaca o carnaval de 2018, que levou para a avenida o enredo Axé! Caminhos que levam à fé. Durante os preparativos, Ká fez questão cuidar pessoalmente de cada detalhe. 

Ká - Presidente Colorado do Brás
Foto: JoBelli | Reprodução Facebook

“Naquele ano, nós tratamos de um tema muito forte e que envolvia religião. Quando é assim, nós temos que desenvolver tudo com respeito, além de saber fazer a abordagem de forma correta. Eu fui até o Rio de Janeiro para comprar fantasias. Este foi um carnaval marcante para mim, porque nos levou para o Grupo Especial”, lembra.

Depois de 25 anos na luta para desfilar juntamente com as demais escolas do Grupo Especial, as responsabilidades e o trabalho aumentaram para que a Colorado do Brás pudesse se manter e também oferecer apresentações de qualidade e no mesmo patamar das demais. Em 2019, o grande desafio foi abrir o carnaval daquele ano, sendo a primeira escola a desfilar, na sexta-feira, o que fez com o enredo escolhido fosse algo mais leve e lúdico. Hakuna Matata – Isso é Viver, levou para a passarela, uma escola alegre e muito colorida na homenagem ao Quênia.

Desafios

Mesmo estando no ‘grupo de elite do carnaval’, Ká sabe que a Colorado do Brás tem alguns desafios e necessidades para estar no páreo juntamente com as demais e por isso está sempre trabalhando com seus parceiros de cada setor e também com a comunidade, para que os objetivos sejam alcançados. “As dificuldades são inúmeras e, a principal delas é a falta de estrutura para competirmos de igual para igual com as demais escolas. Hoje não temos quadra nem um barracão adequado para o Grupo Especial, mas mesmo assim trabalhamos com muita dedicação”, pontua.

Com mais componentes e diretoria maior, desde que garantiu o lugar no Grupo, a Colorado do Brás é a única do Grupo Especial, que não tem uma quadra. Os ensaios ocorrem na rua Itaqui, próximo a sede, aos domingos à tarde, quando também é realizada a apresentação chamada de Pagode dos Amigos do Presidente’, uma espécie de aquecimento para os componentes e comunidade em geral, que tem início às 16h30. Ká é quem comanda a pagodeira, sempre com convidados especiais para levar alegria para todos que ali estão, até o início dos ensaios, religiosamente às 18h.

O período de isolamento social tem sido muito desafiador. “Estamos vivendo este cenário com muitas dificuldades, pois temos que arcar com aluguel do nosso espaço, os funcionários fixos e as contas para pagar. Estamos sobrevivendo para mantermos a nossa agremiação acesa”, ressalta.

Enredo forte em 2021

Segundo Ká, os trabalhos estão intensos para o próximo carnaval, mesmo com todas as incertezas sobre a realização do mesmo. A agremiação está cumprindo a agenda normalmente, porém sem os encontros presenciais. Com enredo já definido e assinado por André Machado, o carnavalesco contratado este ano, a escola irá levar para a avenida, Carolina Maria de Jesus com Carolina, a Cinderela Negra do Canindé.

Segundo o presidente, o tema já era vontade da escola há alguns anos.

Enredo 2021 - Colorado do Brás
Enredo 2021 - Colorado do Brás

 “Já havíamos cogitado levar o tema para a avenida, porém em reunião com a diretoria foi decidido que aquele não era o momento. Com a chegada do André, nós falamos sobre o tema, em nossa primeira conversa e ele nos disse que tinha muita vontade de desenvolver esse projeto”, explica. O carnavalesco já iniciou o processo de explanação para que os compositores trabalhem o desenvolvimento do samba-enredo e também está desenhando os pilotos das fantasias. 

As expectativas para o próximo carnaval são as melhores e Ká espera que todos cumpram as regras de isolamento, assim como tomem cuidados redobrados, neste cenário de COVID-19 e pandemia que vivemos. “Espero que todos se cuidem e que tudo isso passe o mais rápido possível para que possamos fazer o que mais gostamos que é carnaval”

Mônica Silva

Paulistana, da Freguesia do Ó. Jornalista, assessora de imprensa, especialista em produção editorial para publicações em segmentos diversos. Sempre teve Rosas de Ouro como primeira referência de carnaval. Já desfilou pelo Império de Casa Verde e também frequenta ensaios nas quadras das principais agremiações da zona norte.

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